Apresentada pela primeira vez em agosto de 2021 numa residência artística com a Associação Cultural Binaural Nodar em Vouzela, Portugal, esta performance expõe os espectadores a um sistema de vigilância baseado em pequenas câmaras em miniatura. O interesse do espectador, que por sua vez se torna o foco da peça, está na observação de quem manipula o sistema de câmeras de segurança e na projeção do que as mesmas captam ao longo da performance. Esse personagem que parece ser do serviço técnico do sistema, janta a vontade mientras observa e manipula as cameras. A peça foi desenvolvida em uma igreja para refletir sobre os sistemas de vigilância e controle, estabelecendo um paralelo entre a omnipresença de Deus que tudo vê, e as câmeras escondidas que nos encontram na privacidade.

Surge assim uma tensão em torno da segurança pública e social e dos direitos individuais, como a privacidade e a liberdade de decisão, onde muitas vezes a revelação do nosso mundo privado torna-se um desejo ou uma satisfação e não um direito a proteger .
“Endeusamos as redes sociais a tal ponto que elas se tornam uma poderosa influência em nossas vidas, organizando nossos dias e moldando nossas personalidades e hábitos”.

A experiência pode ser adaptada a outros espaços de forma a ressignificar a peça e refletir sobre os espaços públicos, a nossa verdadeira soberania sobre eles e a morbidez de observar os outros e ser observado. Após a pandemia as nossas consciencias e corpos ainda estão sensíveis mas aceites ao controlo social.
O dossiê técnico desta peça está disponível mediante solicitação via
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